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Foi realizado no dia 15 de fevereiro de 2017 o primeiro FM Debate do ano. Com o auditório praticamente lotado, palestrantes de peso mostraram todo o seu conhecimento sobre o tema “Melhores Práticas na Gestão de Facilities“.

O Gerente Geral de Engenharia e Arquitetura das Lojas Riachuelo, Eduardo Trajano, apresentou o case “Ganhos Envolvidos na Integração da Área de Facilities em Gestão de Obras”. Em seguida, André Silva, da Eurobike, falou sobre estratégias na gestão efetiva de frotas corporativas, bem como tendências desse mercado para os próximos anos. Por fim, Patrícia Cordeiro, da SIEMENS, abordou o tema “Estratégia de Facilities em ambientes Fabris”.

A informatização e a necessidade de monitorar indicadores de desempenho em tempo real, foi citado pelos três palestrantes como uma das “melhores práticas” mais importantes para uma eficiente gestão de faciliteis.

Confira abaixo uma entrevista especial com Eduardo Trajano:

Eduardo, a sua palestra foi sobre a integração da área de facilities na execução de obras, dentro do tema maior sobre melhores práticas. Qual são os maiores desafios nesta integração?

Boa parte desta integração é baseada em haver uma participação da área de facilities no desenvolvimento do projeto desde a sua conceituação. Deve-se considerar que um ativo, uma vez entregue, o seu custo não se configura somente ao custo da implantação, mas, sim como um custo total de vida útil. O desafio é trazer a área de facilities na etapa de projeto e, ao mesmo tempo, envolvê-la no acompanhamento e na entrega deste projeto para que os requisitos iniciais sejam respeitados.

Na contratação de todos os fornecedores (materiais para a obra, entre outros), o processo possui envolvimento do PMO, do responsável por compras e do gerente de facilities. Como se estabelece esta triangulação na definição da escolha dos fornecedores?

Em uma visão mais geral, olhando o projeto de uma loja de forma efetiva, agrupando a parte física, de mercadoria, de pessoal, questões legais, tributárias, você tem um PMO na empresa que vai cuidar de toda a integração das diversas áreas. Quando levamos em conta apenas a parte de infraestrutura, nossa equipe precisa de um coordenador de obra para supervisionar a obra. Além disso, ele vai contar com o auxilio de uma gerenciadora, de um engenheiro residente e também do coordenador de projetos – responsável pela concepção do mesmo. Ou seja, teremos vários profissionais dedicados ao gerenciamento do projeto para que ele cumpra todos os requisitos de custo, qualidade e prazo.

Quais são as melhores práticas para controlar os custos e garantir que o projeto fique dentro do orçamento?

O custo começa com a fase de planejamento, que é a elaboração de um projeto com orçamento que seja o mais realista possível. Ao mesmo tempo, eu não posso ter um orçamento que não reflita um custo de produção ou uma estimativa que possua uma folga, uma reserva, que atrapalhe inclusive a decisão sobre a viabilidade do projeto. Eu tenho que ter um orçamento o mais preciso possível.

Para conseguir isso, é necessário ter experiência e utilizar ferramentas adequadas. Nós desenvolvemos uma ferramenta que ao imputar determinadas variáveis, como área da loja, número de pisos, a presença de escada rolante, subestação, mezanino, etc., eu consigo gerar uma planilha com nível de granularidade suficiente para, inclusive, gerar metas de contratação. Então, cada uma das contratações fica vinculada às metas que o orçamento determina.

Resumindo tudo, o segredo é ter um orçamento realista e o segundo é você fazer o monitoramento. Cada tomada de decisão, como contratação, desembolso, ou até de análise de liberação de recursos adicionais tem que sempre seguir a meta do orçamento original. Tanto o planejamento, quanto o controle e monitoramento tem de estar andando todos juntos.

Durante o debate, a Patrícia e o André também falaram da importância do monitoramento. Desenvolvendo o assunto, como você vê o Big Data e a Internet das Coisas usados para o monitoramento em tempo real auxiliando na reposição de materiais de loja, entre outras categorias? A interconectividade já é realidade para vocês?

Olhando o nosso business de uma maneira mais ampla, possuímos um processo que chamamos de “quick response” – um termo mais antigo do já conhecido, atualmente, como “fast fashion”. Trata-se de uma informação recebida no caixa, durante a venda de um produto, que, automaticamente, faz o sistema disparar um pedido de reposição – às vezes até junto ao fornecedor e ao nosso estoque. Como os nossos centros de distribuição são 100% automatizados, a mercadoria trafega em cabides com esteiras, esteiras com caixas, mini loads ou carrossel e, assim, conseguimos um prazo de reposição muito rápido dessa mercadoria.

Levando em conta o ponto de vista com o universo de obra, não se prendendo somente à Internet das Coisas, posso dizer que já começamos um piloto com o BIM, ou seja, estamos começando a fazer projetos com uma ferramenta mais avançada que o CAD, que gera um projeto nas três dimensões. Inclusive ele também vai fazendo a compatibilização, detectando os eventuais crashes entre as variáveis utilizadas. Ou seja, verifica se, por exemplo, o duto de ar condicionado está em um determinado nível e vai cruzar com uma eletro calha. É interessante enxergar isso não só como um benefício para projeto e obra, mas inclusive para facilities no futuro. Uma vez que eu tenho uma obra e um projeto desenvolvido em BIM, eu posso fazer o uso de sensores, inclusive para detectar onde possam estar os problemas.

Essa é uma tecnologia que, nos próximos anos, deve ter um uso mais abrangente. Também estamos estudando a colocação de câmeras nas lojas de tal maneira que eu consiga ver em tempo real a execução do serviço. Colocar três a quatro câmeras em locais estratégicos, no caso de uma loja, em que eu possa ver, não somente em um relatório semanal, mas sim em tempo real a produção de uma obra e outros aspectos que a permeiam.

Fique ligado que na semana que vem publicaremos as entrevistas com a Patrícia, da SIEMENS e com o André, da Eurobike.

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