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O primeiro painel do segundo e último dia do Congresso & Expo ABRAFAC 2019, promovido pela Associação Brasileira de Facilities – ABRAFAC, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, abordou o tema “Technology – as grandes evoluções que afetarão a área de Facility nos próximos anos”. O painel contou com a presença da especialista holandesa Ilse Toonders, e dos brasileiros Arthur Aikawa e a Profª Dra. Jane Victal.

Em sua explanação acerca do tema “Designing your office based on User Personality. Fiction or reality?” (“Projetando o escritório com base na personalidade do usuário. Ficção ou realidade?”), Ilse Toonders apresentou os resultados de uma pesquisa realizada por ela na Europa, que mostra que os funcionários de uma empresa têm necessidades diferentes, mas são colocados todos juntos, como em um “galinheiro”.

Segundo a especialista, o ambiente de trabalho ainda é barulhento e não atende às expectativas dos trabalhadores, para que haja qualidade de vida durante esse período.

Como solução, Ilse Toonders apresenta a opção de traçar um perfil com base na personalidade dos trabalhadores, por meio de um aplicativo. Desta forma, é possível direcionar o melhor local para cada trabalhador, desde que haja um espaço preparado para receber as diferenças de cada funcionário de uma empresa, com um ambiente projetado para cada necessidade.

Entre as características do espaço que devem ser observadas em uma construção, estão conforto, ergonomia, locais para que o trabalhador consiga se concentrar, privacidade visual e acústica, entre outras.

Arthur Aikawa, Engenheiro Elétrico na OE Brasil, abordou “O barateamento dos sensores de ambiente e as novas oportunidades para o profissional de FM”

O palestrante trouxe cases que mostram como é possível basear em dados os processos de facility management nos chamados “edifícios do futuro”. Desta forma, métodos internos podem ser redesenhados com base em informações qualitativas e quantitativas, garantindo a qualidade do serviço oferecido.

Os Smart Buildings têm infraestrutura de sensoriamento e podem colher dados de forma sistemática, que são retroalimentados nos processos de FM, para que eles possam ser controlados com base nestas informações.

Entre os itens que podem ser monitorados, está a qualidade do ar, por meio da avaliação da concentração de CO2. Também é possível verificar os índices de ocupação de um espaço, para que os dados auxiliem no planejamento e gestão de um local.

Informações de mercado também podem ser obtidas, como regiões com perda de performance e locais mais populares, sendo, portanto, mais valorizados.

Exemplo: o sistema implantado no espaço do Congresso ABRAFAC mostrou que 1.367 pessoas entraram no evento das 11:38 às 16:44 da terça-feira – primeiro dia do evento.
“Não é preciso ter um robô limpando o banheiro para ser um edifício inteligente. Basta que se tenha a percepção de forma automática de que é necessário ser feita a limpeza, por exemplo”, explicou.

Sobre o evento, o Engenheiro afirmou que “é importante para o compartilhamento de ideias do que vem ocorrendo até hoje nas operações de facilities management para um futuro próximo e o que pode ser implementado neste momento. Para melhorar a eficiência dessas operações quanto à entrega, o serviço e o valor para os usuários do espaço”, ressaltou. Mostrei a questão do futuro próximo, de como o sensoriamento de ambientes, vai gerar uma informação que pode ser aproveitada e incorporada nos processos de facilities management”, concluiu Arthur Aikawa.

Já a Professora Doutora Jane Victal falou acerca de “Urbanismo, Cidades Inteligentes e Oportunidades”

A acadêmica falou sobre os hubs tecnológicos que estão sendo construídos nos Estados Unidos, Japão e Europa, com experiências também sendo realizadas no Brasil. Contudo, ponderou sobre a necessidade de entender os perigos do desenvolvimento tecnológico que não leva em consideração a vida na Terra, o papel dos seres humanos neste processo.

“É preciso pensar se a gente consegue absorver de fato as tecnologias desse tipo em nosso dia a dia. Existem potenciais, mas também limites”, disse.

A especialista destacou ainda que desconsiderar os seres humanos no desenvolvimento da tecnologia pode causar rupturas no sistema, ou seja, desigualdade social e gentrificação, podendo empurrar as pessoas em vulnerabilidade social para as favelas, por inviabilização financeira da permanência em cidades mais desenvolvidas.

“O evento é interessante pela reunião de ideias para o mundo do trabalho em áreas específicas”, disse sobre o Congresso ABRAFAC. “Ajuda a trocar conhecimento e experiências. No meu caso e de outros palestrantes, o que está se pensando nas universidades está muito distante da vida, do trabalho, das pessoas e o que está se pensando no mundo do trabalho. Pra mim, foi uma ótima oportunidade de fazer isso”, declarou.

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