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Ida ao trabalho de bicicletas se torna oportunidade para empresas

Um fato curioso aconteceu durante a greve dos caminhoneiros que ocorreu em maio deste ano. Na cidade de São Paulo, a poluição do ar caiu pela metade como reflexo da queda de tráfego de veículos na capital. De acordo com Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), em uma comparação dos sete primeiros dias da greve com a semana anterior, a qualidade do ar melhorou em 50% em dois pontos de medição da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) — no Ibirapuera (Zona Sul) e Cerqueira César (região central).

O que isso significa? A necessidade de alternativas para uma mobilidade menos agressiva ao meio ambiente e com benefícios também para a rotina de colaboradores. O Blog da ABRAFAC fala mais sobre esse assunto a seguir! 

O assunto Mobilidade Sustentável entrou na pauta da sociedade há alguns anos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a qualidade do ar está abaixo do índice recomendado em 98% das grandes cidades, com destaque negativo para países pobres e em desenvolvimento. Além disso, o último relatório da OMS sobre o assunto trouxe um alerta: 3 milhões de pessoas morrem prematuramente por doenças oriundas da poluição do ar.

Em empreendimentos onde o Gestor de Facilities atua, é importante averiguar se a sustentabilidade tem espaço no escopo da organização. Isso porque, além da responsabilidade social, muitas ações sustentáveis otimizam processos, ajudam a reduzir gastos e ainda oferecem benefícios para os colaboradores. Usar a bicicleta como meio de locomoção para o trabalho é uma das tendências que mais crescem sobre esse assunto.

Benefícios para todos

De acordo com um estudo do Centro Brasileiro de Análise de Planejamento (Cebrap) são muitos os impactos positivos quando se usa a bicicleta no lugar de carros e ônibus. Veja o que eles constataram:

  • Seria possível uma redução de R$ 34 milhões nas despesas do Sistema Único de Saúde (SUS) com internações, por causa de diabetes ou doenças cardiovasculares;
  • O estudo também estimou quanto a economia da cidade de São Paulo ganharia com esta opção mais rápida: R$ 870 milhões;
  • Se todas as tais viagens “pedaláveis” fossem mesmo pedaladas, eliminando muitos carros e ônibus, a emissão de dióxido de carbono poderia ser reduzida em 18%;
  • 75% dos ciclistas da cidade de São Paulo passaram a utilizar a bicicleta como meio de transporte há mais de três anos.

Tendência global

A movimentação e os debates sobre a necessidade de novos modelos sustentáveis de mobilidade estão ocorrendo no mundo inteiro. Um estudo do Departamento de Transportes do Reino Unido revelou que o tráfego de bicicletas no Reino Unido subiu de 2,5 bilhões em 1993 para 3,5 bilhões em 2016. Os dados fazem parte de um artigo do portal FM World.

Ainda no Reino Unido, o relatório “The Market Cycles” do British Council of Offices (BCO), combinando duas pesquisas (uma realizada pela YouGov e outra pela Remit Consulting), revela tendência no chamado “ciclistas de escritório”. O levantamento indicou que cerca de 11% do Reino Unido são ciclistas de escritório.

Em Londres, o número de “ciclistas de escritório” aumentou de 77 mil em 2001 para 155 mil em 2011, segundo o Censo daquele ano. Por isso, o governo está apoiando o uso de bicicletas e pretende dobrar o número de viagens por esse meio antes de 2025. Cidades como Manchester, Nottingham e Edimburgo desejam incrementar o número de viagens de bicicleta em pelo menos 10-15%.

O desafio em questão é dado ao Gerente de Facilities que precisa estudar os hábitos desses colaboradores para saber quando e onde essas bicicletas serão armazenadas e estacionadas. Muitos empreendimentos estão sem qualquer preparo sobre essa questão.

Investimento vai além de bicicletários

Em países do Reino Unido, existem alguns desenvolvimentos comerciais e escritórios que já incorporaram a infraestrutura de ciclismo como um fator importante em seu design e gerenciamento. Muitos dos grandes projetos em ação já não priorizam o estacionamento de carros.

Os ocupantes destes edifícios especificaram instalações de ciclismo bem projetadas, funcionais, seguras e isso vai além dos bicicletários. Trata-se da oferta de chuveiros, vestiários e uma sala de secagem (conhecida atualmente como instalações de fim de percurso -para trabalhar).

Um exemplo de projeto é o edifício Verde em Bressenden Place, em Victoria, também em Londres. A Tishman Speyer, desenvolvedora proprietária, prevê que terá para 3.000 usuários finais, 440 espaços para bicicletas.

“A demanda por instalações de ciclismo de boa qualidade evoluiu muito nos últimos 10 anos, com o ciclismo se tornando cada vez mais popular”, diz o gestor do empreendimento Nick Adams. “No Verde, há uma entrada exclusiva de bicicleta na rua através de uma rampa para 400 vagas de bicicletas, 33 chuveiros e 400 armários.”

Mais saúde para colaboradores

Para os empregadores, trata-se de ter pessoas saudáveis ​​que chegam ao trabalho e estão prontas para trabalhar. Citando números do Cyclescheme, especializado sobre o assunto no Reino Unido, o consultor de FM e sustentabilidade e ciclista Martin Brown diz que 89% dos empregadores consideram os ciclistas mais energizados do que seus colegas de viagem. Ele diz que um dos prazeres do ciclismo é que, mesmo no vento e na chuva, a prática é ótima para planejar e se preparar para o dia seguinte, pois permite uma limpeza na mente.

A funcionalidade para os ciclistas de escritório é importante, portanto, os suportes para bicicletas devem ser espaçados e fáceis de usar, enquanto os armários devem ficar próximos e fornece espaço suficiente para guardar as roupas dos usuários. Talvez o acesso digital ou um cartão que se comunica com um sistema de gerenciamento de edifícios simplifique ainda mais o uso.

Gestor de Facilities

A criação de instalações de fim de percurso para os ciclistas é um exemplo perfeito de onde os FMs podem agregar valor. Quem mais conhece a dinâmica do edifício? Quem mais pode fornecer uma perspectiva holística que cubra todo o edifício desde o início, incluindo as áreas comuns e o estacionamento? Qual é o perfil demográfico do site ou prédio?

Acertar na primeira vez é importante para economizar nos custos. A instalação de chuveiros, por exemplo, não é apenas cara, mas difícil de ser entregue.

Se a implementação for feita adequadamente, as instalações de ciclismo tornarão o edifício e, também, o empregador mais atraente para os funcionários. A estratégia então serve como uma poderosa ferramenta para retenção de talentos.

Congresso & Expo ABRAFAC 2018 terá painel sobre Sustentabilidade!

O Congresso & Expo ABRAFAC 2018 ocorrerá nos dias 26 e 27 de setembro no Centro de Convenções Rebouças em São Paulo e mais de mil pessoas são esperadas pela organização.

No primeiro dia do evento, ocorrerá o painel “Sustainability: A gestão de recursos não só como política corporativa, mas como política atitudinal”. Nele será debatido em como a sustentabilidade deixou de ser apenas uma frase nas políticas corporativas, e tem-se convertido cada vez mais em atitudes empresariais e pessoais em prol de uma sociedade que precisa se reinventar para garantir a longevidade de seus recursos. As principais tendências, tecnologias e sistemas atuantes a favor desta iniciativa são o foco desse painel.

Não perca tempo e garanta a sua vaga!

Para mais informações, acesse: https://abrafac.org.br/congresso

Com informações: FM World, G1, Saúde

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